janeiro 02, 2010

Pra voltar pra ontem sem temer o futuro.

Inicia-se mais um ano,

E sequer tive tempo de fazer o balanço do ano que se foi.

Não me lembro dos planos, se é que houve,

Não sei onde foram parar as listas, caso tenham sido escritas.

Já não me lembro, nem sei se quero;

Vejo tudo que aconteceu, o que coube na cabeça, o que virou memória,

E não sei dizer,

Se foi bom, se foi ruim,

Se valeu.

Andei torto, e sem rumo,

E quando não se sabe onde quer chegar,

Corre o risco de não chegar a lugar nenhum,

Também não sei dizer onde estou,

E assusta mais não saber onde estou indo;

Sinto que devo desculpas, mas não o farei.

Ainda não sei o quanto dói ser a gente no outro,

O quanto o outro dói com aquilo que deveria doer na gente.

Venderam 2009 como um ano de inovações,

Vendo 2009 digo que não,

Apenas repetições dos erros que não foram lições.

Dos momentos que deveriam apenas ficar em outros anos;

A mágoa não se cura com promessas vazias de ano novo,

Certamente serão feitas,

A dor se cura com o perdão que não sei se um dia existirá;

Perdoar erros que voltam a ser cometidos, eu sei, cansa.

Não cresci, não crescemos,

Continuamos estagnados nas mesmas ilusões.

Que não oferecem nem porto, nem cais.

Achei nunca mais ser capaz de dizer isso,

Achei que as desculpas eram apenas uma forma de amenizar o problema, sem sinceridade.

Sinto por mim, por me ver traindo o que um dia acreditei.

Um dia ontem, que achei ser todo dia.

A palavra é arrependimento,

Sem desculpas, sem explicações,

A única inovação de 2009, o arrependimento.