dezembro 07, 2010

Você me julga errada.
depois diz pra eu dormir bem,
e eu aceito dormir bem.
digo que te amo,
e voce diz que odeia escutar "tambem".
Entao me entristeço de novo,
mas qualquer sentimento ruim agora, sei desnecessario.
Talvez voce nao perceba,
mas nao te dizer que te amo mais é minha forma de dar tregua com as brigas, competições.
Porque sei que vou passar o resto da vida tentando te mostrar o como meu amor por você é maior e além do infinito,
e ainda assim não saberá.
E vou passar a vida inteira tentando te fazer ao menos metade do que me faz feliz,
e se eu alcançar essa metade, tentarei ir além,
mas sabendo que é impossivel alguem nesse mundo ser mais feliz do que eu.


novembro 24, 2010

Preciso.

Não sei ao certo quando me dei conta de que.
Não foi quando te disse, isso eu sei.
E se foi bem antes?
Quando te reconheci entre centenas,
e não, o coração não acelerou, não senti uma vontade insana de te abraçar,
mas eu sabia que era você.
Assim como sei hoje, e repito sem reclinar, que é você.
Eu não fui surpreendida,
quando me vi já completamente perdida pelo seu caminho
não foi surpresa, foi só uma dessas certezas que me cercam quando o caminho é até você.
Então eu fui, por esses caminhos de dentro de você que me levavam até você,
com pressa de conhecer tudo, enquanto caminhava segura pelo novo.
Então você veio comigo,
e fomos por outro caminho,
por esse que por tempos evitamos dizer,
talvez evitado sentir?
Por esse que não ousamos dar nome,
até que pareceu inevitável.
Ainda acho que não é isso, que não é só isso,
te digo amor por não saber dar nome a mais.
É mais que amor,
dizer te amo é muito pouco para o tanto que sinto.
Sei que quando cruzamos nossos olhares temos a mesma certeza,
que você sabe o que é tanto quanto não sabe explicar.
Que você sente o que eu sinto,
o dobro, o tudo, o infinito e o impossível.

setembro 09, 2010

Repentinamente me dei conta,
da condição que me encontrava.
Questionava aos gritos o que devia fazer,
e ainda assim o silencio ecoava em seus ouvidos.
Estou certa de que esse silencio causa mais duvidas,
do que minhas desvairadas tentativas de te arrancar algum sentimento.
Sem querer aceitar que procuro mesmo é algo para te dar.

Vago por tudo que já vivi tentando encontrar o porto pra te guiar;
Embarco sem rumo, como tantas vezes já fiz,
desejando que não encontre um novo lugar para ancorar.

E me resta a certeza de que,
quando tudo ficar dificil,
quando não parecer mais possivel,
quando bater aquela vontade de negar,
ainda poderei cantar.
Por essa razão, escrevo.

junho 26, 2010

Para além dos muros quebrados.

Hoje eu quero ir sozinha,

Quero andar no descompasso.

Eu vou rasgar a prece,

Desfazer o laço,

Vou comprar bebida,

Vou me oferecer pra vida,

E hoje eu vou sozinha.

Vou maldizer o todo,

Vou procurar o gasto,

Quero trocar minhas idéias,

Recriar o estrago.

Hoje eu quero ir por mim,

Descongelar o traço,

Destrocar os passos.

Me desfazer do raso.

Hoje eu vou sozinha,

Quero ir sozinha,

Quero estar sozinha

Hoje eu vou construir o acaso

março 01, 2010

Laura e o botão.

Sei que não passa das cinco.
Tictactictac.
Escuto a buzina lá fora,
outro carro dobra a esquina.
Escuto os gritos vindo da padaria:
Hoje é outra merda de domingo.

Prateleiras vazias,
partir dói demais quando ainda se esta indo.
Sobrou um dinheiro no bolso, uma vontade amarga de velhos hábitos.
-R$3,75

O resultado ainda é 2x0;
Faz diferença?
O que vale é o grito, e a razão.

Música. Vozes. Sons.
Definitivamente ruídos.
E como dói esse silencio forçado pulsando nas cordas vocais;

Mais um grito,
e nada muda.

Algumas caixas permanecem abertas,
tiro os discos das paredes,
alguns quandos da gaveta.
Mais um saco de lixo,
queria jogá-lo tão longe quanto posso com minha dor.

O telefone toca.
Defino: estou tomando banho.
Acabo de desabotoar a camisa.
Já não tenho mais cortinas,
se é que um dia tive.

O telefone insiste.
Desculpa, estava devolvendo algumas coisas para a vizinha.

Ali tem um salto quebrado,
alguns pares separados;
O relógio parou, e eu tenho certeza
que não passa das cinco.

janeiro 02, 2010

Pra voltar pra ontem sem temer o futuro.

Inicia-se mais um ano,

E sequer tive tempo de fazer o balanço do ano que se foi.

Não me lembro dos planos, se é que houve,

Não sei onde foram parar as listas, caso tenham sido escritas.

Já não me lembro, nem sei se quero;

Vejo tudo que aconteceu, o que coube na cabeça, o que virou memória,

E não sei dizer,

Se foi bom, se foi ruim,

Se valeu.

Andei torto, e sem rumo,

E quando não se sabe onde quer chegar,

Corre o risco de não chegar a lugar nenhum,

Também não sei dizer onde estou,

E assusta mais não saber onde estou indo;

Sinto que devo desculpas, mas não o farei.

Ainda não sei o quanto dói ser a gente no outro,

O quanto o outro dói com aquilo que deveria doer na gente.

Venderam 2009 como um ano de inovações,

Vendo 2009 digo que não,

Apenas repetições dos erros que não foram lições.

Dos momentos que deveriam apenas ficar em outros anos;

A mágoa não se cura com promessas vazias de ano novo,

Certamente serão feitas,

A dor se cura com o perdão que não sei se um dia existirá;

Perdoar erros que voltam a ser cometidos, eu sei, cansa.

Não cresci, não crescemos,

Continuamos estagnados nas mesmas ilusões.

Que não oferecem nem porto, nem cais.

Achei nunca mais ser capaz de dizer isso,

Achei que as desculpas eram apenas uma forma de amenizar o problema, sem sinceridade.

Sinto por mim, por me ver traindo o que um dia acreditei.

Um dia ontem, que achei ser todo dia.

A palavra é arrependimento,

Sem desculpas, sem explicações,

A única inovação de 2009, o arrependimento.