janeiro 05, 2009

Conto in-findo.

Se volto,
é pelo mesmo motivo que tive de partir.
E voce há de entender,
por céus, quem melhor que você para entender todas minhas idas e vindas!
Sei que pensas que ela te ouviu com interesse,
que de alguma forma você tem algo a contar que inspire,
e não me questione qual é a maldita inspiração que procuro,
ou que ela deveria procurar em você;
Creio que sim, que ela foi capaz de enxergar em mim aquilo que eu não vi em você,
e deveria ter visto (penso em silêncio),
através dum espelho ou apenas daquilo que fomos capazes de dividir em meio a tantas tardes.
Mas não sinto,
se sentes muito, não sei, não sinto. Digo que não sinto pra mim,
toda vez que soluço sozinho em casa,
chorando meu grande amor perdido e culpando a ti.
Certamente questiona-se qual foi a razão de minha volta,
já que nunca foi capaz de entender porque eu sumi no mundo sem te avisar.
Você teve todas as chances, absolutamente t-o-d-a-s as chances de me encontrar,
de me sentir, de me perpetuar,
mas sua relutância em aceitar a vida como ela é te fez assim,
triste.
Você é uma pessoa triste.
Não sinto pena de você,
talvez você sinta de mim.
Mas, o que se há de fazer?
Tenho passado noites acordado, sofrendo,
sem entender todas as formas que você buscou para me derrubar,
sem entender todas as vezes que cai na sua conversa,
e chorando previamente as dores que me causará.
Nunca senti. Nunca amor,
mas no teu nome, quando penso, tem um dolorido sem fim,
que nem com mil cores se tranformaria.
Você doi demais.
E se em mim sinto isso,
mesmo assim tão distante,
mesmo depois de tanto tempo,
tento imaginar o quanto você não se doi em você.
Em quanto não chora sozinha no quarto. Sozinha.
Pensas ainda qual foi o erro?
Meu ou seu, nem sabe dizer;
Mas sei, foi você.
Com sua infinita falta de sinceridade com todos,
com seus forjados carinho, simpatia, e todas essas coisas que até pra te dizer doi.
Não te digo verdades.
Tenho meu orgulho,
digo aquilo que te fere,
pois sem pensar muito no que dizer você me feriu;
Você olha pela porta, desesperada,
espera o telefone tocar,
debruça na janela e ninguém nunca chega.
Talvez chegue tarde, para você,para ela.