novembro 17, 2009

"e ir para onde o vento for,
que pra nós dois sair de casa já é se aventurar"

Sento na areia branca,olhando pro mar,
Conto o tempo das ondas quebrarem,pra evitar os pensamentos.
Alguém se aproxima,abaixo os óculos,abro a cerveja.
Digo que esta tudo bem,e esta.Tudo anda tão lindo,
tudo indo, encaminhado para que.
Os cachos se misturam na areia da praia,queria ver o por-do-sol,
mas não tem sol, nem chuva,acendo um cigarro,com aquele mesmo isqueiro,
me lembro dos dias no bar,um professor falando na sala,e todos bebendo,
quando não precisavamos de motivo para comemoração.
Não dá para contar as nuvens, então voltam os pensamentos.
Semana que vem eu volto,retomo, abandono, recrio,queria saber.
Te direi saudades,contarei velhas verdades,que sozinha eu sou eu demais,
e que seja medo,dê o nome quiser.O que assusta não é mais a solidão,
sorrir sozinha.
Penso em quantas vezes presenciei loucura,quantas vezes encontrei quem as visse,e aceitasse.
Que o motivo das despedidas foram menoresque eu, que nós,que os erros.
E essa linearidade,que fiz questão de entender,hoje vejo de fora,
e não sei se sinto falta.Já não sei mais se sinto.Sei que estou bem,
completamente.
E se a semana que vem não vier,se for adiada para uma véspera de feriado,
te direi da alegria,sem saber dizer das verdades.

agosto 14, 2009

Nao poderia deixar de te agradecer por estragar o que já tive de mais bonito em minha vida. Foi a sensação de serviço não terminado há 2 anos que te incomodou ou você simplesmente não suporta a felicidade alheia?

Claro que eu deveria ter evitado contato com você, afinal como nós sabemos, é seu o hábito de magoar as pessoas apenas porque pode, não é mesmo?

E sabe a melhor parte? Ela realmente GOSTA de você. Pode ser uma boa decepção para seus planos autodepreciantes e algo que com certeza vai te incomodar a noite, porque não há como você dizer que está sozinha no mundo ou que ninguém se importa contigo, porque ela se importou, sempre se importou.

Algo que não te impediu de querer magoá-la, certo?

Com mil problemas ou preocupações, nada a afetava exceto a possibilidade de você sofrer pela felicidade dela. Era como um espinho no peito da menina, isso. A única amiga verdadeira que você teve, mesmo. Mas AMIGA de verdade, do tipo que você nunca foi para ela, entende? Pois é.

Como te disse, era realmente estranho falar com você sem ver/ouvir o chocalho sacudindo por detrás - inocência minha, não? Bom saber que ainda tenho um pouco dessa fé nas pessoas, ainda que acredite que ela vá diminuir até sumir sem tê-la por perto. Não dá para entender a noite sem contrapô-la com o dia.

Não vou entrar no mérito das suas mentiras ou da falsidade, do que fingiu saber ou ignorar apenas para manipular as coisas. Você fez o que pode para nos separar, não? Juro que estou curioso para saber a historia que criou, porque você é uma novelista de primeira - não é por outro motivo que sempre te estimulei a escrever, você tem um talento realmente incrível para inventar historias! Como foi? eu te abracei apaixonadamente e me declarei? Me joguei aos seus pés jurando amor eterno? Declamei poesias, fiz uma serenata, marquei um encontro romântico a luz de velas ou te surpreendi com um buquê de rosas quando você inocentemente caminhava por ai?

Desculpe, mas existe uma grande diferença entre o que nós dois tivemos, o que você viveu na sua cabeça e um relacionamento apaixonado. Há o carinho, há a dedicação, a vontade de se tornar alguém melhor a cada momento apenas para fazer a outra pessoa sorrir e eu nunca senti isso por você. Não por nada, mas porque você não inspira esse tipo de sentimento.

A vingança, dizem, é um prato que se come frio. Espero que esteja se deliciando com a sua. Obrigado por tirar meu abraço de formatura e por garantir que eu não fosse abraçado novamente. Mas afinal, pássaros voam, estrelas brilham e cobras mordem e envenenam - é apenas sua natureza: o erro é de quem chega perto de você, sabendo como é.


E quanto a minha paz, desculpe, mas ela não irá embora assim tão fácil, há algo que não pode ser manipulado, meu coração. Posso estar sozinho, mas adivinha só? você nunca irá mudar o que sinto. E eu não sinto muito por nunca ter me apaixonado por você, isso me faz feliz até. Porque meu coração sabe diferenciar o certo do errado, o que é muito bom. Me surpreende o fato de você conseguir se imaginar no lugar dela, com corações tão diferentes.

Aqui está doendo. Já chorei (sim, dê sua obra por completa), já xinguei, já tomei banho e estou aqui. Se não estivesse chovendo tanto, eu não estaria aqui, estaria tentando juntar os cacos do que você quebrou, mas não vai chover para sempre.

E adivinha o que farei quando parar de chover? Sim, sairei de casa. E viverei minha vida com um amor lindo no coração, algo que você desconhece por ser incapaz de inspirar. Feliz pela felicidade de quem gosto porque adivinhe? Não preciso estar com ela para estar feliz, basta saber que ela sorri e a chuva pára.

Te desejo Longos dias e belas noites sob a lua do deserto, cascavel.

abril 11, 2009

E pela primeira vez, depois de três semanas,
escorreu no meu rosto uma lágrima tua.
Essa noite sonhei com você,
com seus amigos,
com o seu ponto de ônibus,
e você me dizia, parado ali esperando,
o quanto gostava de ser assim,
de ter virado o que virou,
e não poeira.
Espero você me dizer isso, em realidade,
se é o que queres, quem sabe,
mas irá me dizer assim: manso, sereno: gosto de sermos amigos.
Não chorarei mais,
não por dentro,
não por você.
Que talvez isso que pareça um erro seja só mais uma porta fechada,
e pouco importa que as janelas estão todas emperradas.
Pro inferno essas malditas portas e janelas!

março 28, 2009

a deus dará

Algo como um livro na prateleira,
que segue queimando entre dedos,
quando um olhar longíquo, que avistaria outro terra se, na verdade, não estivesse pensando apenas no absoluto do nada.
Que você era assim,
um inteiro, um absoluto,
e sua manifestação era essa: de olhar fundo, não nos olhos, olhar lá na poeira da alma, pra depois partir no ônibus das sete sem nem um beijo no rosto.
Li e reli tantos livros de de jardinagem pra dizer: olha,você é assim uma orquídea,
não rosa, não espinho, não você.
E você não era nada além de alguem que deixava queimar entre os dedos uma bituca de cigarro.
Queria, queria mesmo te dizer sobre você todas as coisas que recolhi enquanto te observava de longe.
Você tem as costas curvas, como quem cansou de andar,
Seu sorriso é falso, maneira exata de coexistir com todos os outros.
Seus olhos são secos e opacos, mas nem sei dizer se são azuis ou castanhos.
Que isso não tem a menor importância, eu sei,
mas te enchergo como quem avistou a terra distante e deu as costas,
digo, se ali tinha um lindo laguinho ou frutos gostosos,
eu não sei, mudei de rumo antes de ancorar meu barquinho por perto.
Porque barquinho é coisa assim, você sabe,
não é navio que afunda, nem veleiro que depende de vento,
é coisa do mundo, que se coloca na água corrente e deixa fluir.
Barquinho de papel, de infância, que vai correnteza abaixo e você faz outro,
e barquinho vai ser sempre rascunho.
Só queria te dizer que meu barquinho é de ninféias, que precisa de água, que precisa de fluir,
que se você é terra firme, e você é, não tem chuva que faça ser feliz.

janeiro 05, 2009

Conto in-findo.

Se volto,
é pelo mesmo motivo que tive de partir.
E voce há de entender,
por céus, quem melhor que você para entender todas minhas idas e vindas!
Sei que pensas que ela te ouviu com interesse,
que de alguma forma você tem algo a contar que inspire,
e não me questione qual é a maldita inspiração que procuro,
ou que ela deveria procurar em você;
Creio que sim, que ela foi capaz de enxergar em mim aquilo que eu não vi em você,
e deveria ter visto (penso em silêncio),
através dum espelho ou apenas daquilo que fomos capazes de dividir em meio a tantas tardes.
Mas não sinto,
se sentes muito, não sei, não sinto. Digo que não sinto pra mim,
toda vez que soluço sozinho em casa,
chorando meu grande amor perdido e culpando a ti.
Certamente questiona-se qual foi a razão de minha volta,
já que nunca foi capaz de entender porque eu sumi no mundo sem te avisar.
Você teve todas as chances, absolutamente t-o-d-a-s as chances de me encontrar,
de me sentir, de me perpetuar,
mas sua relutância em aceitar a vida como ela é te fez assim,
triste.
Você é uma pessoa triste.
Não sinto pena de você,
talvez você sinta de mim.
Mas, o que se há de fazer?
Tenho passado noites acordado, sofrendo,
sem entender todas as formas que você buscou para me derrubar,
sem entender todas as vezes que cai na sua conversa,
e chorando previamente as dores que me causará.
Nunca senti. Nunca amor,
mas no teu nome, quando penso, tem um dolorido sem fim,
que nem com mil cores se tranformaria.
Você doi demais.
E se em mim sinto isso,
mesmo assim tão distante,
mesmo depois de tanto tempo,
tento imaginar o quanto você não se doi em você.
Em quanto não chora sozinha no quarto. Sozinha.
Pensas ainda qual foi o erro?
Meu ou seu, nem sabe dizer;
Mas sei, foi você.
Com sua infinita falta de sinceridade com todos,
com seus forjados carinho, simpatia, e todas essas coisas que até pra te dizer doi.
Não te digo verdades.
Tenho meu orgulho,
digo aquilo que te fere,
pois sem pensar muito no que dizer você me feriu;
Você olha pela porta, desesperada,
espera o telefone tocar,
debruça na janela e ninguém nunca chega.
Talvez chegue tarde, para você,para ela.